Em janeiro de 2020 estive em Valparaíso, Chile. A cidadania ainda estava nas ruas exigindo uma sociedade mais igualitária, com saúde e educação de qualidade para todos/as. Os/as jovens se expressavam contra a repressão, contra a tortura, contra o desemprego, contra o machismo e o patriarcado, contra a privatização da água... Uma parte importante da  população protestava contra o sistema previdenciário que condena a maioria dos/as idosos/as a uma condição quase de pobreza. Chile vivia as maiores manifestações de rua desde o retorno da Democracia questionando o modelo "neoliberal" de sociedade.
A repressão do Estado foi feroz. A força policial militar (carabineros) se mostrou especialmente cruel. Atiraram balas de borracha nos olhos dos/as manifestantes. Muitos/as perderam a visão de um olho ou ficaram gravemente feridos/as. As estatísticas dessas feridas provam que não foram "acidentes" e que houve uma "falta de cuidado" sistemática... Também foram denunciados casos de estupro, de abuso, de tortura e queimaduras na pele provocadas pela "água" que os caminhões com canhões de água jogavam nas pessoas... Os cartazes com olhos pegados nas paredes ou os olhos dos monumentos manchados com tinta vermelha se converteram em símbolos de denuncia contra a violência desumana dos "carabineros". .
Essa foto e esse vídeo é uma pequena homenagem ao coragem do povo de Valparaíso que manteve viva a luta e a esperança. Chile continua exigindo uma nova Constituição. O Leão encontra-se numa praça desta cidade.
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